13.10.25

Shayma Abualatta


Viver desde sempre num campo de concentração e campo de refugiados. Aprender a resistir, a não apenas sobreviver. Sem poder falar, sem poder sair do lugar, sem conhecer senão a opressão do projeto nacional mais tresloucado deste tempo. A construir sentido apesar do exterior mais violento, o genocídio, ignorando-o. Construir sentido é o que se faz quando não se pensa em recursos, algo dificílimo quando os recursos são quase nada para todos. O estoicismo revisitado, não como teoria mas vida concreta, como é suposto, segundo Shayma Abualatta. A servidão é consentir a miséria que nos impõem, o poder é a tristeza sobre os corpos, quando não a morte a crédito americano e europeu.

Estórias por contar pela imprensa ocidental. Não a narrativa dos vencedores, daqueles que vão, ou pretendem-no, ficar para a História como os que expandiram os limites do seu império. Sair, bater, matar, regressar e narrar. Não isso, mas as estórias de debaixo dos escombros, os uivos soterrados. A única estória verdadeiramente e a política por que vale a pena pugnar.

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