Contra tanta imbecilidade e tantas ideias fanáticas, o sentimento confere profundidade e verdade ao argumento. Só um corpo que pensa pode chorar. Estas lágrimas são já um outro grau no discernimento. O caminho não é, pois, alcandorar o argumento ao absoluto nem à prepotência. Com sensibilidade, o lugar-menor da esquerda pode fazer falar todo o sofrimento, esse sofrimento que se multiplica, amordaça e rebaixa a cada intervenção desta direita extrema que predomina no parlamento. Pergunta-se Alexander Kluge: «Qual é o melhor intensificador da visão? O telescópio ou a lágrima?». A intervenção de Isabel Mendes Lopes revela como é possível ser-se mais clarividente, num contexto de letargia e colaboração institucional com a pulhice.
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