Platão, o Filósofo, prometeu ao tirano que o seu amigo teria no futuro maior complacência com respeito ao poder que detinha sem discussão.
Desceram ao calabouço.
Libertaram-lhe os pés, o pescoço, os pulsos das cadeias que o tinham aferrado a um muro húmido e que estavam oxidadas.
Polixeno sobe dos subsolos da fortaleza.
Entra no salão com os olhos enceguecidos, ocultando com a mão a sua túnica suja no sexo.
Escuta os últimos versos que o tirano compôs e que está a declamar.
Não se detém no seu caminho, antes se dirige a um dos guardas que ali se encontrava postado e diz-lhe:
— Devolve-me às cadeias vermelhas, ao calabouço, à fome e à sombra.
Pascal Quignard
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