1.11.25

Pasteurizado com merda

Elias, para o inspector Otero: Norah d'Almeida, mi hermana emputecida, de dia liceu, à noite chungaria. Cultura em sessões contínuas é o que isto quer dizer.
E Otero: Lavagem, Covas, quais cultura. Essas gajas vêm é lavar-se à má-vida das poucavergonhas dos paizinhos.
O inspector nunca foi ao Bolero mas conhece o Texas e o Grego, fenómeno semelhante. A mesma maltezaria de cineclube, as mesmas esgraçadinhas a contarem estórias ao taxímetro e se calhar até as mesmas estórias, admira-te. O que vale é que as putas dão para tudo, diz. Não houve aquela Madalena que depois de morta foi santinha?
Elias, pensativo: Também acho, o problema é de lavagem. Lavagem pela via do encardido, olhe o que disse a tal Norah, «este país precisava de ser pasteurizado com merda», foi o que ela disse em declarações. Com merda. E não julgue que se engasgou ou que pediu procuração.
O inspector fecha com uma gargalhada: Mães aos bordéis, que as filhas já lá estão. Verdade ou mentira, Covas?

José Cardoso Pires, Balada da praia dos cães


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