24.9.25

O sofrimento e o fim da democracia

Assista-se a este relato de uma médica australiana voluntária no Hospital Al-Shifa, de Gaza.


Agora compare-se com a notícia que é dada na RTP (35,17) que repete, ponto por ponto, a propaganda de Israel. O dano provocado na democracia portuguesa é tão ou mais extenso do que o que resulta da actividade dos partidos de extrema-direita, pois provoca a indiferença em relação ao sofrimento humano, semeia cobardemente o racismo e justifica crimes contra a humanidade e genocídio. A destruição, na sucessão de imagens da peça da RTP, parece nem incidir sobre humanos e ter sido provocada por alguma catástrofe natural, e não por um agente político e humano concreto: o exército de Israel. «As declarações de Israel são factos, as acções de Israel são justificáveis, desumaniza-se assim os palestinianos. As vítimas de genocídio têm que implorar ao mundo para que se acredite que são realmente vítimas», resumiu, numa entrevista, a jornalista Assal Rad.
Godard disse, sarcasticamente, que a objectividade é 5 minutos para os judeus e 5 minutos para os nazis. O que temos, em 2025, na Europa, é um desequilíbrio nestas contas (que já eram abjectas) em que nenhum minuto sobra para a narrativa de quem sofre, tal o enquadramento que anula o sofrimento a que pessoas concretas possam dar voz.

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