29.4.23

Celebrando Kore-Eda Hirokazu

«O Homem Genuíno de outrora
nem conhecia o gosto pela vida, nem conhecia a aversão à morte.
Aparecia e não se mostrava feliz por isso,
desaparecia e não se mostrava distante.
Era velozmente que partia,
e velozmente que regressava, e era tudo»

Do livro de Chuang Tse

A avidez no lugar da vida.
Ir e vir rápido; estar sempre aqui. O outro é a tarefa da atenção.
A delicadeza, a liberdade:
«A liberdade começa na ausência de rosto» (Quignard).
A avidez é inimiga do sentir. 
«A emoção não diz eu» (Deleuze) — os que sabem, apagados.
Sabedoria é coisa de amígdala e dentro.
E as cigarras, o máximo do desejo, esgotar-se a cantar. 
(Ponho no youtube: cigarras, Japão. Vídeo seguinte, algoritmo surreal, certo: Wire, punk.
Nada mais extremo do que o corpo inteiro no tempo e lugar.)
Alegria e calor para o próximo inverno.
E o silêncio, radical «contra-dicção» (Barrento).

Alguém que teve uma boa vida; o máximo, o mínimo, dificílimos.

Filme: Nossa Irmã Mais Nova - Made in Japan

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