29.4.23

Quatro apontamentos ao acaso

Pode-se matar tudo, um ser humano, uma obra, um nome e inclusive um deus, mas não um amor verdadeiro.

Ele sugou o céu e agora queixa-se do vazio.

De vez em quando, e melhor com frequência, devemos referir-nos a algo que esteja sumamente longe de nós e sobre o qual não se tenha nenhuma influência. Desde que as estrelas se afastaram tanto, são mais apropriadas que Deus para isto. Pois são elas sempre visíveis e permanecem idênticas a si mesmas. São inúmeras e ainda podiam ser mais. Enviam-nos luz, e nós sabemos que não é possível devolver-lhe nenhuma.

Um dia leiloado.

Elias Canetti, Apontamentos

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