3.4.15

Deus morreu - podemos gozar à vontade

Foram precisos 19 séculos para que alguém tivesse constatado que o deus cristão morreu. Foi Nietzsche, como se sabe. O cristianismo é isso: eis o homem, deus morto, tornado imagem. O resto - ressurreição, imortalidade da alma - entreteve os teólogos. O essencial do cristianismo, segundo Nietzsche: uma religião de um deus morto. Que perdura no espírito santo, em tudo, incluindo em nós. Mas sem drama, como afiança Zizek: deus já não está cá para proteger-nos, morre outorgando-nos a liberdade que nos torna responsáveis pelos nossos comportamentos. Deus morto é a nossa hipótese ética. Para além disso, como ele morreu pelas nossas culpas, podemos desfrutar da vida à vontade. Numa demonstração rara de inteligência, os censores da ex-Jugoslávia cortaram, conta Slavoj Zizek, esta sequência de Sound of music, pois acreditaram que a madre superiora defendia um modus vivendi hedonista (cristão e ocidental).








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