4.1.14

Reino animal

Ninguém é inocente: parece-me um bom ponto de partida. Alguns tornam-se iniciados, aprendem regras, ardis do contexto. Cada tribo tem os seus próprios valores, os seus próprios jogos de força, manipulações, hierarquias. É uma questão de aprender com a dor, sempre. Escolher não entre o bem e o mal, mas o mais eticamente acertado é em determinado contexto.

Haverá uma catártica justiça final? Não: simplesmente há um tempo para os fracos se tornarem fortes. A imobilidade preparando a ação.

Filme fundado no suspense com momentos de surpresa (nunca temos o consolo do contracampo durante os assassinatos). No entanto, estas surpresas, como todas, têm um efeito muito curto. Interessa-me mais uma cena como aquela no supermercado, uma das últimas do filme. Uma conversa tensa, que fará o espectador mexer na cadeira, expectante. Michael Haneke é o cineasta contemporâneo que melhor consegue este efeito, na minha opinião. David Michôd, contudo, conseguiu-o, também. Reino animal foi o primeiro filme de um cineasta a acompanhar.







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