19.6.13

The time is out of joint

Em alguns dias o tempo parece, com mais insídia de que habitual, andar fora dos eixos.
 
«o tigre salta, burning bright in the forests of the night» (Manuel Gusmão / William Blake).
Insistência no corte de subsídios de doença e de desemprego (mais uma vez, ao arrepio da lei). Estes cortes nos mais débeis, nos que mais dificilmente podem tomar a palavra e fazer o tempo, é humanesco. Continuando neste trilho, um dia podemos acordar como os húngaros.

Por fim, não esquecer o que pensam aqueles que um dia nos hão-de governar, se nenhum tigre saltar no céu aberto. Arrastam-se, na sua maioria, pelos cursos de gestão, direito, economia, relações internacionais, saltando de uma festa académica para um comício partidário, com notas medianas, quando não medíocres, provindos de classes abastadas ou de uma classe média consistente, desde cedo filiados nos partidos, com camisa aberta até pelo menos ao terceiro botão. Estudar é uma maçada, é suficiente debitar meia dúzia de princípios liberais ouvida na televisão e nas aulas.

Last but not least: os ares da história e a miséria que alastra de forma galopante, para além de serem propícios ao crescimento do darwinismo e da prepotência, paralisam também muitos outros. E é assim:

Mas sem sol grande as aves não se movem
Nem já caem com a calma as aves (Gastão Cruz)

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