8.6.13

Desabafo

É a cada dia mais asfixiante conviver com a formulação de regras dietéticas que ocorre em interações prosaicas, sobretudo em espaços de restauração. «Isso tem 214 calorias», «aquele bolo vale por 20 pães», «não deves misturar a com b na mesma refeição», «essa bebida é uma bomba calórica», e muito mais. Mas o que é paradoxal é que sejam as mesmas pessoas a repetir chavões como «devemos viver cada momento como se fosse o último», «devemos aproveitar o momento e não pensar», e outros afins. Isto é: norteiam-se pela moral, não são agentes éticos, vivem afogados em regras, no que se deve fazer. Para além disso, o paradoxo: hoje, ninguém é mais regulado do que um hedonista.


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