(Então já menos selvagem), foi logo a seguir usado
Em Cuba para conter os vencidos e pelos ingleses
Contra os boers vencidos, e não duvido que lá
Houvesse lama e terra e ao menos um cão numa relação
De intimidade e indiferença com um osso.
De resto, os homens são fáceis a juntar-se contra algum homem,
E pode ser um desses que, como eu, não sentem vocação e
São os mais fracos, pois os homens podem juntar-se
Contra algum homem que não é nenhum homem
Como sete cães a um osso.
Não tenho vocação para ser homem, para ser Homo
Sapiens Academicus, Homem Cigano, Homem Judeu ou
Homem Preto, Homem Cão do Homem, e teria
Sido decerto o homem omitido por algum bem maior
Ou bem nenhum (ou bem só de pertencer ao rebanho humano)
Que batesse, humilhasse e matasse — ou batido,
Humilhado e morto, rindo o meu sapateado
E desatendido dos que a quatro patas se estão roendo
Até a uma certeza de ser (e o nada correspondente),
Que rodam como chacais no mundo ralo ou pousam
A cabeça entre as patas como leões, sendo cães,
Pois os cães continuam a vida deles
E a vida continua nesses cães.
«Escrevia o poeta, se bem se lembrava, que os cães continuavam a vida deles. Ele continuava a sua.» Donna Leon, Na Senda do Crime, p. 213.
Américo Lindeza Diogo, Pássaros que fazem zimzum. Tracção do nada
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