«No erotismo o que importa é no corpo da amada
não existir saída.
Um boa luta — amorosa —
é pois aquela em que os dois corpos estão,
um no outro,
como se no meio do famoso labirinto
de onde ninguém consegue sair»
(Gonçalo M. Tavares, Uma viagem à Índia)
Erotismo é ausência de saída, de consumação, tal como a leio: escrita e sujeito imbricados no vice-versa. O espasmo terminado é o cume do tédio em que a vida se dirige contra si mesma (Quignard). Erotismo, por seu turno, é sujeito numa atividade, amantes esquecidos num terceiro corpo, num movimento que os transcenda. Num labirinto perdurável, por onde entrar e prosseguir, tão longo quanto a mortalidade consinta.
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