9.6.23

Água de beber

Eu quis amar mas tive medo e quis salvar meu coração
Mas o amor sabe um segredo: o medo pode matar o seu coração

Astrud Gilberto, «Água de beber»

Quando um naufrágio é água e pela imóvel pedra uma inteligência bebe em abundância. O coração é o que menos vive naquilo que tem de ser feito. O sentimento como força motriz, a prossecução de um sacrifício, a construção de um arranha-céus estranho, a vida como sobrevivência pode ser, e é, uma vida de predação. A compaixão não cresce pela doçura mentirosa, que é a sua camada mais evidente, é na erosão do que não importa.

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