3.5.23

Um programa, solidão

Hurrá pela obra inaudita e pelo corpo maravilhoso, pela primeira vez! Isto começou com risos de criança, em risos de criança há-de acabar. Este veneno vai ficar em todas as nossas veias, mesmo quando, regressada a fanfarra, formos devolvidos à antiga inharmonia. Ó nós agora tão digno destas torturas, cumpramos fielmente a jura sobre-humana feita ao nosso corpo e à nossa alma gerados: esta promessa, esta demência!

Rimbaud, Iluminações, trad. Mário Cesariny

Qual é o programa? Seguir vivendo, em boa condição física, meio acordado, meio adormecido, meio excitado, meio triste, meio animal, meio humano, meio eu mesmo, meio ninguém.

Pascal Quignard, A barca silenciosa

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