27.5.20

Observações inconjuntas (VII)

7. Uma escada sem chão nem parede

Se em certos livros andávamos de tema em tema de uma frase para a seguinte, dentro do mesmo verso etc, aqui de modo sumamente perverso entramos na história pelo meio e saímos dela um pouco mais à frente, longe do fim. 

Longe do fim e do início, aliás, no exato ponto do nosso desconhecimento das coisas.

Subindo uma escada que, sem suporte, permite avançar até ao fim de si mesma; sem, pois, outra finalidade que não seja subir ou avançar um pouco, entre um ponto em suspenso até outro ponto que não chega a lado nenhum.

Adenda: De outro ângulo, claro, o perverso é a normal expectativa a respeito da ficção.

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