Digamos
que és cego, isto é, és mortal; é que mesmo o momento só te é dado viver, nunca
compreender. Abrupto
e inexperiente porque não vês o que se congemina noutro lugar e, por isso, racionalmente,
procuras ou reclamas. E tornas-te ríspido devido ao pavor de errar — e quando muito
se pode resolver na estupidez que avança, na aceitação da cegueira e de que, de
facto, não tens certezas quanto ao como deves viver. Cruzas-te com o acaso e
trava-lo, porque te achas sábio e, com arrogância, maior do que o teu destino.
Mas talvez nem tudo deva ser tão feroz, pensas, com a insolência prévia à
próxima interrupção.
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