1. Desde o início era sua intenção. Um Don Juan, frio, que vai vivendo a expensas das mulheres que vai encontrando. A Condessa foi mais uma. Quando já instalado, exprime o seu ódio e revela os seus esquemas. A Condessa expõe-se ao ridículo.
2. A Condessa apaixona-se. Deseja o soldado em exclusividade. Usa o seu poder, o seu dinheiro. Ele descamba emocionalmente. Ela é uma mulher fatal, como Circe, que transformava os homens em porcos. Tão mulher fatal que o mata, denunciando-o às autoridades, que o fuzilarão. Terá a Condessa vivido outros casos assim?
3. No início, ele tinha enganá-la por intenção, era esse o plano. A Condessa foi ignorando os sinais (os desaparecimentos súbitos, as confidências dos amigos dele). Assim são os apaixonados, fingem que não percebem o que pode acabar com as suas fantasias. Apaixonaram-se ardentemente. Ele sacrifica a honra em nome do sentimento amoroso. O herói, no cinema americano, diz à dama que mais importante que a relação entre ambos é a missão que ele tem que cumprir, ele não tem tempo a perder com o amor. Só assim ele adquire consistência ontológica. Uma leitura que enceta uma deriva ideológica: o homem tem por dever cumprir uma missão, trabalhar, ser honrado, a mulher arrasta-o para o pântano do gozo e da dissolução moral e ética. (O filme foi rodado em 1954, a Europa reerguia-se com a ajuda do Plano Marshall.) Ainda mais atolado está do que quando detinha a intenção de enganá-la.
4. Agora sem ideologia (ou com menos). Ele tem um plano. Esse plano gora-se porque ele se apaixona. Ela é uma nacionalista dedicada, coloca esse valor em segundo plano, é arrastada pelo sentimento amoroso. Ambos são devorados pelo sentimento, pois. Num impulso, decidem que ele deve subornar um médico para sair do Exército. Fazem-no. Ele descobre que o seu orgulho masculino, cívico e nacionalista está acima do amor. Que esse sentimento é mais forte. Que o sentimento é mais forte (se pensarmos que ele teria uma vida mais calma junto dela e longe da guerra). Tão mais forte que ele esconde que se havia genuinamente apaixonado. Ela cede ao orgulho de se saber enganada. Por impulso, decide denunciá-lo. Segundo esta leitura, o espectador deve resistir ao engodo do sentimento.
2. A Condessa apaixona-se. Deseja o soldado em exclusividade. Usa o seu poder, o seu dinheiro. Ele descamba emocionalmente. Ela é uma mulher fatal, como Circe, que transformava os homens em porcos. Tão mulher fatal que o mata, denunciando-o às autoridades, que o fuzilarão. Terá a Condessa vivido outros casos assim?
3. No início, ele tinha enganá-la por intenção, era esse o plano. A Condessa foi ignorando os sinais (os desaparecimentos súbitos, as confidências dos amigos dele). Assim são os apaixonados, fingem que não percebem o que pode acabar com as suas fantasias. Apaixonaram-se ardentemente. Ele sacrifica a honra em nome do sentimento amoroso. O herói, no cinema americano, diz à dama que mais importante que a relação entre ambos é a missão que ele tem que cumprir, ele não tem tempo a perder com o amor. Só assim ele adquire consistência ontológica. Uma leitura que enceta uma deriva ideológica: o homem tem por dever cumprir uma missão, trabalhar, ser honrado, a mulher arrasta-o para o pântano do gozo e da dissolução moral e ética. (O filme foi rodado em 1954, a Europa reerguia-se com a ajuda do Plano Marshall.) Ainda mais atolado está do que quando detinha a intenção de enganá-la.
4. Agora sem ideologia (ou com menos). Ele tem um plano. Esse plano gora-se porque ele se apaixona. Ela é uma nacionalista dedicada, coloca esse valor em segundo plano, é arrastada pelo sentimento amoroso. Ambos são devorados pelo sentimento, pois. Num impulso, decidem que ele deve subornar um médico para sair do Exército. Fazem-no. Ele descobre que o seu orgulho masculino, cívico e nacionalista está acima do amor. Que esse sentimento é mais forte. Que o sentimento é mais forte (se pensarmos que ele teria uma vida mais calma junto dela e longe da guerra). Tão mais forte que ele esconde que se havia genuinamente apaixonado. Ela cede ao orgulho de se saber enganada. Por impulso, decide denunciá-lo. Segundo esta leitura, o espectador deve resistir ao engodo do sentimento.
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