18.11.15

Mestre, niilismo, ética, felicidade

Sã, inteligente, vinte e um anos, ajuizada, muito cabal e senhora de um espírito prolífico, de sombras e matizes, de uma rede de minúsculas singularidades que eles jamais conseguirão amestrar. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera, é por isso que reza, enquanto conjectura a respeito da força da oração deles, maciça como é. Quando o Velho Deus desaparece, reza-se a moscas e a tampas de garrafa. O mais terrível é que eles seguem aquele homem porque ele lhes dá o que eles precisam. Responde aos seus anseios, alivia-os do livre-arbítrio e do pensamento independente. Basta ver como parecem felizes.


Don DeLillo, Mao II 
(tradução de José Miguel Silva)




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