5.1.13

No quinquagésimo terceiro aniversário da morte de Albert Camus (4 de janeiro de 1960)


«Descobriu o cruel paradoxo de que nos enganamos sempre duas vezes em relação às pessoas que amamos, primeiro a seu favor e depois a seu desfavor.» (Albert Camus)

Frase terrível. Primeiro, porque no engano a favor se subentende que todas as relações amorosas são absurdas, nada havendo nelas que a priori as justifique, as torne lógicas, lhes dê uma razão. Não há uma razão para amar: amar é um performativo: amo-te. Depois, porque no engano a desfavor se diz da imbecilidade humana, que mais não é do que o incessante mecanismo do desejo e da promesse du bonheur que ele trará. Amar é também abdicar do próprio desejo, é sacrifício.


Sem comentários:

Enviar um comentário