9.3.12

A sátira


Ontem, dia da mulher, foi fértil em considerações kitsch que de pronto se esquecem. Trazer à colação o belo feminino, a sensibilidade, a essência, o eterno feminino, é cair em territorializações que justamente originam a máquina binária que trucida as mulheres fixando-lhes uma identidade. Nada se mudará também consagrando-se direitos em leis. Não deixar uma mulher passar à frente por ser mulher é algo mais revolucionário do que todas as exclamações que façamos. Até porque quem vai à nossa frente está desprotegido e é-nos visível e dominável. Talvez a sátira seja mais eficaz se quisermos movere quem nos ouve.



Sem comentários:

Enviar um comentário