Estas são duas das sequências a que volto recorrentemente. A primeira, uma pastoral sobre o vazio das palavras, o embrutecimento a que nos conduz a tecnologia, que hoje nos parece absorver o desejo. Em tudo belíssima: desde a atenção concedida aos sons, à côr, que são sempre os mais naturais em Tarkovsky. E que são corpo, são objeto libidinal. Depois, saliente-se um aforismo: o selvagem é um ser mais espiritual, menos bruto.
A segunda, um plano-sequência com um sonho de uma guerra final. Trata-se de algo mais intenso noutros tempos, embora a ressurgência dele seja uma possibilidade: o medo da exterminação da espécie, estado de alma com que o homem pós-Hiroxima passou a ter que lidar.
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