Levo o eupode comigo quando saio.
Entre o bolso e as orelhas mil ruídos
Filarmónicos. Sou um verde gaio.
Passeio o meu passeio nos ouvidos.
Como quem dera milho a porcos, ouço
A vida com o osso da garganta,
E não poupo ao talhante aquele esboço
De uma perda feliz que é vida santa.
Parvos querem levar-me a sentir pasmo
Disso que pensam ser entusiasmo,
Ou então a vergonha de ser preto.
Esse arame farpado é garantias
Contra os tolos e as suas porcarias,
E assim mascando vou o meu soweto.
Américo Lindeza Diogo, Pusias (2006)
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