De vinho, de poesia ou de virtude, a vosso gosto. Sabotar a vida tal qual se diz que isso, sabotar os dias maníacos; o amor barco-salva-vidas, o destino que fosse um passo depois da felicidade brutal, pesada e sem-saída, aí olá para os mais e os olhos, com essa electricidade imediata que é a pele e outro corpo, um exílio desejado mais próximo, esse quarto aberto para todos, sempre mais perto, sismo celeste, essa forma dos ventos levantarem por sobre a terra todo o pó, esse estar tão à raia do real que é desvê-lo por dentro, todos os pregos levantados do social, pensar é pão. Nessa serenidade tão rápida, ao fundo onde toca com cuidado e fica e está para sempre.
John Cassavetes, 1974
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