16.6.23

Bloom, Bloom — um caso que, vontade de ser senhor, e enfim

Ele vem à tarde. As canções dela.
Plasto. O busto da fonte em memória de sir Philip Crampton. Quem era ele?
— Como está? — disse Martin Cunningham, levantando a palma da mão à testa em saudação.
— Ele não nos vê — disse o Sr. Power. — Sim, vê. Como está?
— Quem? — disse o Sr. Dedalus.
— Blazes Boylan — disse o Sr. Power. — Ali vai ele a arejar os caracóis.
No preciso momento em que eu estava a pensar.
O Sr. Dedalus inclinou-se para cumprimentar. Da porta do Red Bank o disco branco de um chapéu de palha luziu em resposta: passou. 
O Sr. Bloom passou em revista as unhas da mão esquerda, depois as da mão direita. As unhas, sim. Há mais alguma coisa nele que elas ela veja? Fascinação. O pior homem de Dublin. Isso mantém-no vivo. Elas por vezes pressentem o que uma pessoa é. Instinto. Mas um tipo daqueles. As minhas unhas. Estou só a olhar para elas: bem aparadas. E depois: a pensar sozinha. Corpo a ficar um pouco flacidozito.

James Joyce, Ulysses, trad. Jorge Vaz de Carvalho

Sem comentários:

Enviar um comentário