2.6.19

No caminho para o Death Valley


No caminho, espaço percorrível, que distancia da morte. O vazio é o que distancia da morte, o caminho que vai até onde estivermos dispostos a inventar-nos. Vazio que impede o caos? Segunda lei da termodinâmica? Podemos tentá-lo.

















De um lugar ao outro vai uma palavra, e vai ainda estares aí tu e eu noutro lugar. O espaço é hipótese da mudança, mas também possível cisão, hipótese da loucura? Ou enlouqueço porque não suporto consistir, este lugar?

O amor ainda é o possível tempo, se o vazio provoca diferença, também a possibilidade de ligação.
E a angústia do vazio – o amor?
Estou cansado de procurar outro lugar, amo-te. Porque falho em criatividade e vontade, partilho lugar com outra pessoa. O casamento?


E ainda – num espaço saturado, como podes mostrar-te? A economia, a mobilidade, depende do vazio, a pobreza é distópica, “infernal ocupação do metro quadrado vazio” (Gonçalo M. Tavares, Na América, disse Jonathan, p. 67). 

Não saio existencialmente daqui porque não tenho espaço. Não vejo diferenças, indiferença.

“E nunca acordo deste sonho e nunca durmo” (Sophia de Mello Breyner Andresen)


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