Fotograma de Close-up de Abbas Kiarostami
A arte como impostura, está certo, mas esquecer o que comove seria terrível. Falsário, claro, o cinema ensina a vida, mostra também o essencial, isto é, o combate contra a impostura? Talvez no início estivesse a lição de cinema mas depois a personagem ganha vida — relutantemente falsário, consciente da sua intrujice para não tirar proveito dela. Responde com calma a todas as acusações e suspeitas provindas das costas. A ficção pela ficção, não ao preço da honestidade, ainda menos da usura. Mas como pesa o impoder, como é dura e insinuante a pequena necessidade de controlo, de infundir respeito e obediência! Depois de tudo, persiste uma identidade debaixo de linhas duras, quando nem ao seu nome nem à sua afonia correspondem acções ou reverências. O que fazer: com o vazio que se pode?
O que se vê, apesar do close-up? Vemos melhor mais de perto? Que banha da cobra é essa, tantas vezes vendida ao preço da honestidade, e ainda da usura? Há um mundo íntimo de que nem o máximo close-up se aproxima, a que toda a lente é cega. Essa dor escondida apenas o olhar próprio sente.
O que se vê, apesar do close-up? Vemos melhor mais de perto? Que banha da cobra é essa, tantas vezes vendida ao preço da honestidade, e ainda da usura? Há um mundo íntimo de que nem o máximo close-up se aproxima, a que toda a lente é cega. Essa dor escondida apenas o olhar próprio sente.
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