18.7.15

Os verdes anos, Paulo Rocha

Mais ou menos isto, o ideograma de Eisenstein. De certa maneira, como escreveu Roland Barthes, amar é violento - é excluir todos os que não se amam. Eleger um por sobre os outros, um que cresce, cresce, sobe, sobe, até esmagar o outro no enquadramento, pequeno no seu espelho narcísico. Mas é sempre o que é, o que poderia ter sido, as circunstâncias e assim. «Se estivesse no teu lugar, dizia-te como é que era», disse ela.



Excluir os outros é caminhar na margem (sem sequer esse ilusório espaço de pertença que são os subúrbios). No limiar seriamente - do urbano, do humano. Deslocado, errante, o desejo. Incalculada ferocidade (passe pleonasmo) adolescente.



Sem comentários:

Enviar um comentário