11.10.12

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Já se sabe, consolo absoluto não há, nem daria para todos. O único verdadeiro consolo é um furioso sentimento de pertença. À vida, ao lugar. Até chegar ao outro. Reverbera no menor gesto essa busca essencial. Daí nascem os nossos rituais, afinando-nos. Uma religião poética. Lançando sobre o mistério um suspiro doce, sílaba claríssima. Perante o abismo, devolvemos a dor, magoamos a vida de encanto. Essa aprendizagem das coisas olhadas por um pasmo e um desejo que as tornam eternas num instante. Acordados pela loucura de uma força que nos acolhe totalmente, cada dia somos o reflexo da melhor ideia de sempre.
E perguntais vós: qual? Mas qual haveria de ser senão o gesto inicial. Esse que dizem adorar mas a que recusam dar uma resposta à altura: a criação. (? em Deitar a língua de fora).


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