Violência sistémica consiste na violência exercida pelo capitalismo sobre as pessoas, não confundível com estados de alma. A desigualdade social/económica implica o exercer de violência sobre uma maioria. O dumping social é exemplo eloquente. Claro que as curtas vistas ideológicas deixam-nos por vezes reféns de uma, e apenas uma, acepção de violência - nem já a estritamente física, mas aquela que ocorre nas ruas levada a cabo por cidadãos insatisfeitos.
Etimologicamente, «nascer», do latim «nascere», está associado ao sema de violência. E desde logo o nascimento de um filho é violento para a mãe, como se poderá facilmente imaginar. Mesmo nascer depende de certa violência.
Embora quem esteja na rua lute pelo bem-estar da maioria, é possível que alguém se sinta violentado por essa resistência. Há perversões (sado)masoquistas apostadas na subscrição (cínica) do homem enquanto lobo do homem como única forma de vida.
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