Quando não
se pode
bater à porta
bate-se na porta
(Adília Lopes, in Sete rios entre campos, livro incluído em Dobra, p. 336)
1. Talvez a mais intuitiva: a subtileza é difícil (e rara).
2. Sendo impossível o entendimento com o outro, resta liminarmente bater na porta. Não nos salvamos de nós (em boa medida, já vai na asserção o não nos salvarmos dos outros).
3. Não havendo outro que justifique bater-se à porta, bate-se na porta. Isto é, a subtileza mais não é do que desfaçatez.
4. Uma porta está a tal ponto degradada que só batendo nela se gerará ruído suficiente para que o outro dê conta da nossa aproximação. Logo, a subtileza, quando a haja, é precária. Mais extensamente: o mundo ensina-nos a bater na porta, contrariando a nossa predisposição para a subtileza. Isto é, o mundo não só devasta potencialidades (o que podemos) e expectativas, como nos inicia à prática (isto é, à brutalidade).
2. Sendo impossível o entendimento com o outro, resta liminarmente bater na porta. Não nos salvamos de nós (em boa medida, já vai na asserção o não nos salvarmos dos outros).
3. Não havendo outro que justifique bater-se à porta, bate-se na porta. Isto é, a subtileza mais não é do que desfaçatez.
4. Uma porta está a tal ponto degradada que só batendo nela se gerará ruído suficiente para que o outro dê conta da nossa aproximação. Logo, a subtileza, quando a haja, é precária. Mais extensamente: o mundo ensina-nos a bater na porta, contrariando a nossa predisposição para a subtileza. Isto é, o mundo não só devasta potencialidades (o que podemos) e expectativas, como nos inicia à prática (isto é, à brutalidade).
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