15.9.19

Natureza e humano II

Sais de um quadro de sentido. Elas passam mas se tens um sentido avanças. Os novos heróis afinal são como os antigos. E avanças outra vez, mas duplicaste a decepção com a consciência disso, mas enquanto não deixares ir a segunda nunca a primeira ficará digerida, multiplicada por gestos e algum futuro. Olhas à volta e como nada de novo debaixo de sol, convences-te de que, afinal, a coisa era só não ver tudo, não ver exactamente. Cego decides não avançar, mas recusar. No entanto, volta a ser ultrajante o que havias deixado para trás, ninguém te convence que a abstracção não possa salvar. De quê? O que salvava ficou para trás, o essencial, o modo como as pernas volteiam no infinito sem olhar para o lado. O intocável, o que atravessa incólume noites e dias sujos — e quando não, exasperação, a vida não cabe num pensamento. Um anjo, pois, quando a vida é um anjo e uma pedra, até os santos o aceitam. Deita tudo fora, o erro básico de viver com todos os cangalhos atrás, come a barata de uma vez, a coisa é assim, nenhuma máquina é feita para trair.


Sem comentários:

Enviar um comentário